terça-feira, 30 de setembro de 2014

Maria




 Família,como todos dizem
a base, o inicio...
onde todos bebem
da fonte sem desperdício.


 

Me remeto
a uma única figura,
que lembro com afeto
e tamanha ternura.


 

lembrança da infância
forte e brava
tamanha decência
não se encontrava.


 

Caráter de exemplo
que me fez, quem sou...
que a cada momento
me diz onde vou.


 

Deixou mais que saudades
pois as lembranças já me falham
mostrou todas as verdades
seus exemplos me criaram.


 

E a minha vida é a homenagem
não este simples texto...
quero viver à sua imagem
em cada gesto.


 

poderia ser
divina
minha menina
vou te dizer...


 

e a mais amada
senhora
de toda historia
já contada.


 

é o motivo
caminho, jornada...
sendo mais descritivo
sem palavra errada.


 

é a minha vida
em forma e razão
é minha querida
meu coração.


 

é minha origem
minha Maria
minha virgem
minha alegria.


 

quem não me concebeu
mais de onde eu vim
quem não a conheceu
a conhece em mim.


 

exemplo perfeito
de tudo que eu quero ser
quem eu trago no peito
a cada amanhecer


 

minha essência
meu amor
inocência
doce flor.


 

sinceridade de uma vida
saudade despedida
sonho encantado
estar ao seu lado.


 

já usei todas as licenças
desta poesia
vou deixar nas reticencias
pra te homenagear a cada dia...

domingo, 7 de setembro de 2014

Síntese da escuridão



Os olhos se desfazem das cores
As cores se disfarçam em formas
As formas se perdem em odores
Os odores não se prendem em normas




O som as vezes frágil
Nos traz a lembrança de tudo
Num pensamento tão ágil
Quanto tão absurdo




De você eu já me desfaço
Mesmo que eu queira voltar
Não encontrarei mais espaço
E não reclamarei meu lugar




A muito fechei os meus olhos
E perdi toda esperança
Me encontrava envolto em retalhos
Da nossa própria ignorância




Como eu, você não pode sentir
Como os outros se expressam
Como eu, não pode ouvir
O que estas pessoas pensam




Então qual o nosso lugar
Senão a escuridão
Deste mar
De solidão
            W.B.R(22 anos)

Sem rimas




Uma flor seca
Dentro de um velho
Livro


 

As suas pétalas
Se soltam
Como lagrimas


 

A sua vida
Se despede
Sem rimas


 

Colhida
Pelas mãos
De um poeta


 

Espera um dia
Florescer
Em versos


 

Manchados
Pelo seu perfume
Exalado


 

Nas paginas
Daquele livro
Marcado


 

Eternamente
Em tons
Do amanhecer.   
      
W.B.R (21 anos)

Moinho



Obedece ao vento
Em tempo
Um moinho                                   na planície deserta
sozinho                                          o dia desperta
ao relento                                      junto as flores
                                                      e com suas cores
                                                      brinca a borboleta esperta
e o moinho
ainda sozinho
e a borboleta prosa                         num voo inserto
encontrou uma rosa                        se atirou bem perto
e se feriu no espinho                      da velha construção
                                                        e encontrou na escuridão    
                                                        o tumulo certo
e o velho moinho
não estaria sozinho
e as flores pereciam                         na planície árida
e os animais morriam                      uma morte solita
pelo caminho                                   da própria vida
                                                         tudo seria permitido
                                                         pelo inseto caído    

 

                                       e o fim
                                       seria assim
                                       um engano
                                       humano
                                       pra mim

 

W.B.R(18 anos)

Invasão





Os olhos se cruzam
No ar que respiram
Os homens




Os passos se perdem
Nos caminhos que trilham
Os homens




O brado se encontra
Em mais uma afronta
Entre homens




O grito de guerra
Se mistura a terra
Em sangue




O corpo estremece
Em mais uma prece
Entre mortos




E se despede do mundo
Em silencio profundo
A humanidade




Mas nos sobrevivemos
Só que esquecemos
De sermos humanos
De verdade

 

W.B.R (17anos)

Primavera





Seu banho quente
Embaçou meu espelho
E as lagrimas caíram de joelho
Bem a sua frente.



Vejo apenas o meu vulto
Em traços úmidos espessos
Como se estes versos
Fossem a ti um insulto



Como se a beleza
Não concebesse seu fruto
E um dia em luto
Acordasse a natureza



E um dia a flor
Ganhou tons de tristeza
E em sua mesa
Não haveria amor



E em seus gestos
Só haveria rancor
Em meio a dor
Gritos e protestos



Seu corpo quente
Embalou meu sono
Em mais um engano
Da minha mente.


Sinto o perfume das flores
A brisa suave, a relva fresca
Os peixes livres das redes de pesca
A natureza toda em suas cores



Os pássaros cantam melodiosa melodia
Desenhando no céu contornos de esplendor
Aproveitando do sol todo o seu calor
Ensinando as crianças um pouco de magia



Um sorriso iluminado
De tão bela fantasia
Um sorriso de alegria
Em um minuto inspirado



Corro na trilha das rosas
Em direção ao mar
Querendo eu encontrar
Suas mãos tão calorosas



Sem pensar um só momento
Nos meus pés descalços magoados
Repletos de espinhos encarnados
Meu corpo é só sentimento



Entregue a este sonho
Continuo sempre assim
Até que sorria pra mim
Mais um dia enfadonho

 

W.B.R (16 anos)